Frio, comida e vinho

by José Maria Santana | 13/06/2016 11:23

Os recentes dias frios, e o inverno chegando, convidam a tomar vinho. As comidas próprias da estação, mais substanciosas e pesadas, pedem a companhia de tintos de maior peso. Muitas pessoas dizem que nos dias frios o organismo gasta mais energia para manter a temperatura interna estável. E por isso, os alimentos devem ser mais calóricos e ricos em gordura, para ajudar o corpo a repor toda essa energia gasta. A bem da verdade, os especialistas observam que isso vale mais para as populações que moram em países onde o inverno é longo e realmente rigoroso. Não é o nosso caso, pois aqui temos apenas alguns períodos com temperaturas mais baixas. Mas ninguém precisa ficar lembrando isso. Nada mais gostoso do que um copo de vinho em um dia frio.

Aliás, muita gente aguarda o inverno para comer e beber bem. Em geral, os pratos da estação crescem na presença de tintos potentes e encorpados ou de brancos maduros e estruturados, que não precisam ser bebidos muito resfriados. Os vinhos tintos têm taninos, retirados da casca e sólidos das uvas tintas e, como se sabe, os taninos se ligam às proteínas. Fazem agradável companhia às carnes vermelhas, ensopados, molhos untuosos e queijos de pasta dura, ou seja, alimentos ricos em proteínas.

Os ensopados de carne bovina vão bem com tintos encorpados, por exemplo, Cabernet Sauvignon do Chile ou Syrah da Austrália. Carnes grelhadas se acomodam bem com um Malbec argentino. Feijoada pode ser servida com um tinto jovem, do Brasil ou do Uruguai, com taninos presentes e boa acidez, ótimo para contrabalançar o teor de gordura e refrescar a boca. O Tannat uruguaio também é alternativa para o cassoulet, espécie de feijoada francesa. Para enfrentar a gordura de uma rabada, uma pedida são tintos que mostram força e boa acidez, como italianos do Piemonte e da Toscana, ou da África do Sul e do Chile.

Frango com molho, ou para os mais finos, Coq au vin, pede a companhia de um bom Pinot Noir, da França, do Chile, Nova Zelândia ou Brasil. Cozidos, como Bollito misto ou Goulash, fazem parceria com tintos de bom corpo e acidez, como Cabernet Sauvignon e Merlot. Risoto de funghi está bem acompanhado por um Syrah do Novo Mundo ou um Chianti italiano. Arroz de pato vai bem com um tinto do Alentejo. Sem falar em fondue. Dependendo do ingrediente principal (queijo ou carne), terá acompanhamento interessante com um branco maduro ou tinto macio.

 

 

 

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