Zahil tem novidades do sul da França

by José Maria Santana | 16/01/2019 20:09

Languedoc, vinhas e inovação – Foto: Gasparets

A importadora Zahil, dos irmãos Antoine e Serge Zahil, começou a trazer uma interessante linha de vinhos do Languedoc, no sul da França, da marca Abbotts & Delaunay. São tintos e brancos frutados, diretos, mas bem balanceados, identificados com a classificação Pays d’Oc.

A vinícola pertence ao produtor Laurent Delaunay, 53 anos, quinta geração de uma tradicional família de vinhateiros e negociantes da Borgonha. Ele estudou viticultura em Beaune, enologia em Dijon e conquistou ainda um diploma na área de finanças e comércio. Em 1995, ele e a mulher, Catherine, também enóloga, fundaram a empresa Badet Clément & Cie, que produz e comercializa vinhos de marcas e de domaines na Borgonha, vale do Rhône, Languedoc e Provence.

Fora da terra natal, Delaunay apostou no potencial do sul da França, cujos vinhedos se situam entre as encostas escarpadas dos Pirineus, os contrafortes dos montes Cévennes, as bordas do Mediterrâneo e a margem direita do Rhône. Vários fatores atraíram o interesse do negociante borgonhês para produzir vinhos nas diferentes apelações do Languedoc-Roussillon.

Um deles, a diversidade de solos e micro-climas, que favorece o cultivo de grande variedade de uvas. Além disso, o Sul é a região do país que mais tem inovado nos últimos anos, pois suas denominações ainda estão em desenvolvimento, com regras mais flexíveis do que o rígido controle exercido pela legislação das AOC francesas, o que permite a experimentação.

Laurent Delaunay

Em 2005, Laurent Delaunay comprou no Languedoc a Maison Abbotts, vinícola butique criada em 1996 em Marseilette, perto de Carcassone, pela talentosa enóloga australiana Nerida Abbott, que havia sido seduzida pela região e assinava vinhos de muita classe. Juntando o desejo de perfeição de ambos, surgiu a coleção Abbotts & Delaunay.

A Zahil importou vinhos de duas séries da marca. A de gama mais alta, a Reserve, tem origem em terroirs das denominações clássicas do Languedoc – Corbières e Côtes du Roussillon. Cada garrafa custa R$ 152.

A linha básica, mais acessível, é denominada Fruits & Fleurs Sauvages, vinhos identificados genericamente como Pays d’OC. São cinco tintos e brancos varietais, descontraídos e fáceis, a partir de Sauvignon Blanc, Chardonnay, Viognier, Pinot Noir e Mourvèdre. Cada garrafa sai por R$ 102.

No caso, as frutas e flores mencionadas no rótulo se referem às plantas selvagens cuidadosamente mantidas ao redor dos vinhedos. Apresentamos aqui dois vinhos dessa linha, para dar ideia da coleção.

 

Les Fleurs Sauvages Viognier 2017

Abbotts & Delaunay – Languedoc – França – Zahil – R$ 102 – Nota 90

Um branco perfumado, com a tipicidade da menos conhecida Viognier. As uvas vêm de vinhas plantadas em dois terroirs diferentes, um em colinas da planície de Hérault e o outro, perto de Marseillette, no Aude. Ao nariz lembra pêssego, cítricos, com notas florais e de erva-doce. Os aromas fazem pensar em uma sensação doce, mas o vinho é seco, dotado de boa acidez. Volumoso na boca, mostra equilíbrio e persistência final. Sustenta pratos com peixe e frutos do mar, mesmo os mais substanciais (13%).

 

Les Fleurs Sauvages Mourvèdre 2016

Abbotts & Delaunay – Languedoc – França – Zahil – R$ 102 – Nota 90

A Mourvèdre é a Monastrell da Espanha, país em que se encontram mais varietais desta uva do que na França, onde normalmente aparece em cortes. Aqui temos um tinto encorpado, com muita fruta e bom balanço. Tem origem em vinhedos das côtes do Hérault e de Aude, na região de Minervois. Parte do lote (30%) estagiou em tonéis de carvalho. Nos aromas há cassis, amora, algo de licor de jabuticaba, um toque terroso e notas de canela. Exuberante, tem taninos maduros e um frutado gostoso. Vai bem com grelhados e até com uma picanha (13%).

 

 

 

 

 

 

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