La Toller Brut, o espumante da cantora pop
A cantora pop Paula Toller lançou esta semana em São Paulo o La Toller Brut 2016, espumante que leva seu nome, produzido na Serra Gaúcha pelo talentoso enólogo Luís Henrique Zanini, dono da vinícola Vallontano. A distribuição será feita pela importadora Mistral, que comercializa os outros rótulos da casa gaúcha.
Com base na uva Chardonnay e edição limitada a 3 mil garrafas, é um vinho alegre, agradável, bem feito, com grande frescor. Produzido pelo método Charmat, em que a segunda fermentação ocorre em tanques de aço fechados, talvez seja o único espumante nacional nesse estilo com indicação da safra no rótulo.
Paula Toller, carioca, 54 anos, uma das estrelas do rock nacional, compositora, ex-vocalista da banda Kid Abelha, está em turnê pelo país com “Transbordada”, o quarto CD de sua carreira solo. É conhecida por sucessos como “Fixação”, “Como Eu Quero”, “Eu Tive um Sonho”, “Te Amo pra Sempre”, “Grand’Hotel”, “Eu Só Penso em Você” e “Derretendo satélites”.
Ela conta que tem um ritual antes de subir ao palco em cada show: toma duas taças de espumante no camarim, para se soltar e entrar no clima. Bebia champagne francês. “Há uns dois anos comecei a provar espumantes brasileiros e vi que eram muito bons”, diz Paula. “Gostei especialmente do LH Zanini Extra Brut”. Apresentada por amigos comuns, conheceu o enólogo Zanini, que sempre compara o vinho à arte e à poesia, como expressão da personalidade e da sensibilidade do vinhateiro. “Assim como a música, o vinho é essencialmente paixão”, completa Paula.
Há alguns meses veio o convite para a cantora ter seu próprio nome em um espumante da Vallontano. O rótulo, moderno e clean, foi desenvolvido pela premiada designer Fernanda Villa-Lobos, amiga de Paula e mulher do também músico Dado Villa-Lobos, ex-guitarrista da banda Legião Urbana. Cada garrafa traz o gargalo um selo com o nome de sucessos da cantora.
Fundada em 1999 no Vale dos Vinhedos, região de Bento Gonçalves, a pequena Vallontano produz 45 mil garrafas de vinho por ano. Desde o início Zanini defende princípios básicos, como o respeito ao terroir, a intervenção mínima do homem e que o vinho deve ser a expressão da sensibilidade do vinhateiro. São ideais que ele consolidou depois de trabalhar na Borgonha com Hubert de Montille, um dos mais fervorosos apóstolos do terroir.
La Toller Brut 2016
Vallontano – Vale dos Vinhedos, RS – Brasil – Mistral – R$ 88,50 – Nota 89
Espumante produzido com 75% Chardonnay e 25% Pinot Noir, pelo método Charmat. Floral e cítrico nos aromas, tem boa cremosidade e estrutura. Conquista ao primeiro gole, pelo equilíbrio na boca, pela boa acidez e frescor. Jovial e alegre, não é agressivo. É brut sem ser demasiado seco, pois tem 8 gramas de açúcar por litro. Interessante notar que foi feito com uvas colhidas nesta safra. O enólogo Luís Henrique Zanini lembra que 2016 foi em geral um ano desastroso, especialmente para os tintos. Em setembro de 2015 uma forte geada prejudicou a brotação dos novos cachos. Depois chuvas torrenciais completaram o estrago. Zanini nem colheu este ano as poucas uvas tintas que sobraram – era mais barato deixar no pé. Mas conseguiu aproveitar a Chardonnay para seus vinhos brancos e espumantes, como o La Toller Brut 2016.
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