Safra de 2017 vai mantendo expectativas

A colheita da uva prossegue e vários produtores do Rio Grande do Sul confirmam que a safra mantém as expectativas de qualidade. O tempo seco está oferecendo boas condições para maturação dos cachos, com dias quentes e sem chuvas em excesso. “O clima influenciou de forma positiva o resultado da colheita e esta temporada foi melhor do que a do ano passado”, diz o renomado enólogo italiano Roberto Cipresso, winemaker da Bueno Wines, a vinícola do narrador global Galvão Bueno na Campanha Gaúcha.
Segundo Cipresso, desta vez as chuvas se concentraram na primavera, época da brotação, em que as plantas mais precisam receber água. Agora, no verão, o calor dos dias é balanceado pelo frescor das noites, e as diferenças de temperatura ajudam ainda a reforçar os taninos. “As bagas terão peles mais grossas, assim produziremos vinhos tintos mais estruturados e duradouros”, ressalta o enólogo italiano.
O agrônomo da Bueno Wines, Edvard Kohn, observa que este ano as temperaturas altas anteciparam o início da colheita em pelo menos 10 dias. Na Bueno Bellavista Estate, situada no município de Candiota, a safra abre normalmente em fevereiro e vai até os primeiros dias de abril. Agora começou em 10 de janeiro, com a Pinot Noir, casta de ciclo precoce, usada na elaboração dos espumantes da casa. Na sequência serão colhidas a Merlot e a Petit Verdot. Por último, a Cabernet Sauvignon, lá pelo meio de março.
A família Pötter, dona da Guatambu Estância do Vinho em Dom Pedrito, na Campanha, também registra que os primeiros resultados da colheita foram excelentes. A vindima começou em 15 de janeiro com Chardonnay, Gewürztraminer e Pinot Noir, apresentando frutas muito equilibradas em concentração de açúcar, pH, acidez e aromas.
Na Serra Gaúcha, os produtores mostram igual otimismo com a safra, acreditando que 2017 será um bom ano, conforme Brasil Vinhos mostrou no post “Vinícolas gaúchas recebem as primeiras uvas da boa safra de 2017” (06/01/2017). A presença do fenômeno climático La Niña, ao contrário do El Niño, normalmente é associada a verões mais secos.
A confirmação de que tudo correu realmente bem, claro, só poderá ser feita no final da vindima. Dependendo das condições climáticas gerais, as safras podem ser classificadas como ruins, regulares, boas ou excelentes. Estas últimas são menos frequentes, acontecem três ou quatro vezes por década e dão vinhos espetaculares, como em 2005, 2008 e 2012.
Enquanto os gaúchos estão em plena atividade, as vinícolas das terras de altitude de Santa Catarina ainda se preparam. Na Villa Francioni, em São Joaquim, por exemplo, os trabalhos só começam em meados de março, com a variedade Chardonnay. Mas a expectativa de um grande ano é a mesma.
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