Decanter mostra novidades para 2018, com preços mais acessíveis
A importadora Decanter, de Adolar Hermann, mostrou esta semana para a imprensa especializada os novos vinhos incorporados a seu catálogo. São tintos, brancos e espumantes da França, Itália, Alemanha e Nova Zelândia, alguns de produtores que já faziam ou fizeram parte do portfólio, outros que entraram agora. Com muitos rótulos que custam menos de R$ 120, as novidades são uma espécie de acomodação da Decanter à realidade atual, que procura oferecer produtos de qualidade a preços que não assustem o consumidor.
“A Decanter sempre atuou em um nicho de mercado especial, com vinhos diferenciados. Mas nos últimos tempos, por conta da situação econômica ou por pressão dos produtores, alguns preços ficaram realmente acima do que pretendíamos”, afirmou Adolar. Por isso, ele sentiu necessidade de buscar vinhos mais adequados à situação de momento.
A lista recém-incorporada ao catálogo traz rótulos interessantes – apresentados pelo sommelier Tiago Locatelli, novo contratado da importadora –, como os espumantes franceses Joseph Vallet Splendid, da casa Pierre Labet, produzidos com uvas compradas na Provence – R$ 81,30 o Brut e R$ 87,80 o Rosé. Outro achado é o tinto frutado Château Saint-Roche 2016, da vinícola francesa Château de La Gardine, instalada no Vale do Rhône – R$ 107,20. Do Piemonte, no norte da Itália, vem o gostoso tinto da cooperativa Araldica, o Barbera Fazzoletto 2016 – R$ 108,70.
Há ainda excelentes brancos franceses produzidos no Mâconnais, uma das zonas da Borgonha, pelo negociante-vinicultor Pierre Meurgey, especialmente o Meurgey-Croses Mâcon Uchizy 2015 (R$ 162); e um esplêndido tinto da Nova Zelândia, o Pinot Noir Martimborough 2016, da Craggy Range (R$ 287,90, preço acima da média dos demais, por ser um vinho de categoria superior).
Como estamos no verão, e em tempo de carnaval, vamos destacar dois brancos deliciosos, que têm tudo para agradar nesses dias mais quentes. Estamos falando do alemão Eugen Müller Charisma Riesling e do italiano Albino Armani Sauvignon Blanc.
Sauvignon Campo Napoleone 2016
Albino Armani – Vêneto – Itália – Decanter – R$ 105,20 – Nota 90
Albino Armani vem de uma família que produz vinhos desde 1607 no nordeste da Itália. Seus vinhedos se espalham pelos pré-Alpes, nas zonas do Vêneto, Trentino e vale do Adige. As uvas deste gostoso Sauvignon Blanc saem da localidade de Campo Napoleone, comuna de Dolcè, na parte de Verona cortada pelo rio Adige. Não tem passagem por madeira, mas ganha complexidade pela permanência do mosto com as cascas por algumas horas, em baixas temperaturas, antes da fermentação. É um branco aromático, sem os excessos de muitos vinhos semelhantes do Novo Mundo. Mostra notas florais, algo de arruda e folha de tomate, especiarias e ervas, em base de frutas como pêssego. Na boca é bem seco, estruturado, com boa acidez e bastante frescor. Pelo estilo, fica ótimo com peixes e ceviches (12,6%).
Charisma Riesling Trocken QbA 2016
Eugen Müller – Pfalz – Alemanha – Decanter – R$ 115,20 – Nota 91
Kurt Müller, da terceira geração, e o filho Stephan comandam a vinícola da família, situada no Palatinado (Pfalz), região da Alemanha que fica próxima da Alsácia francesa. Ali os verões são quentes e secos, mas o clima é amenizado pela presença do rio Reno e dos montes Haardt. Seu branco, delicado e muito fresco, é proveniente de 30 hectares de vinhedos da sub-zona de Forst, onde os solos são marcados por manchas de basalto negro, um tipo de rocha vulcânica. Lembra ao nariz pêssego e cítricos, em meio a notas florais e minerais, de um sutil petrolato. Na boca é seco (trocken) limpo, com muita fruta madura, textura macia e agradável frescor final, em que retornam os cítricos. Pode acompanhar bem pratos da cozinha thai e outras de inspiração asiática (12,5%).
Related Articles
Bons chilenos abaixo de R$ 70
O Chile responde atualmente por quase 50% de todos os vinhos importados que abastecem o mercado brasileiro. É de longe
Vigouroux, o Malbec francês de Cahors
Cahors, no sudoeste da França, é das poucas regiões do país que mantém vinhedos de Malbec. Em sua terra de
Grupo francês Paul Mas completa 20 anos em 2020 e se torna símbolo da renovação vinícola do Languedoc
O grupo vinícola Paul Mas, fundado por Jean-Claude Mas no Languedoc, no sul da França, está completando 20 anos em