Dois super guias trazem os melhores vinhos da Itália e da América do Sul

Dois super guias trazem os melhores vinhos da Itália e da América do Sul

Os guias de vinhos, quando feitos com seriedade, são uma referência bastante confiável para o consumidor, que neles encontram informações sobre tintos e brancos produzidos nos países ali envolvidos. É o caso do Gambero Rosso, um dos mais importantes da Itália, cuja equipe organizou esta semana em São Paulo a apresentação de alguns dos melhores vinhos avaliados na edição 2018.

Na semana que vem haverá o lançamento de outro peso pesado do setor, o Guia Descorchados, comandado pelo jornalista chileno Patricio Tapia, dedicado aos grandes rótulos do Chile, Argentina, Brasil e Uruguai. A edição brasileira do Descorchados é produzida pela Editora Inner, de Christian Burgos, publisher também da Revista Adega.

O Descorchados traz na edição 2018 as notas dadas por Patricio Tapia a mais de 3 mil vinhos degustados no ano passado, vindos de 180 vinícolas argentinas, 220 chilenas, 30 uruguaias e 39 brasileiras. Em boa parte das avaliações, Patricio conta com a colaboração de Eduardo Milan, o jovem editor de vinhos da Revista Adega.

O guia, que começou no Chile, completa 20 anos de bons serviços prestados ao mundo vinícola. Está cada vez maior, com mais de mil páginas. “A gente já pensou em reduzir, para facilitar a consulta e reduzir os custos, mas o Patricio sempre se encanta com novos vinhos e quer escrever sobre eles”, diz Christian Burgos.

Em São Paulo, o lançamento da versão 2018 vai acontecer no dia 10 próximo, junto com uma grande feira de vinhos, com a presença de 100 vinícolas dos quatro países trabalhados no guia. O evento será realizado no espaço do Villaggio JK, na Vila Olímpia – Rua Funchal, 500. A compra do ingresso dá direito a um exemplar do guia, no valor de R$ 150. No Rio de Janeiro haverá uma edição compacta, no dia 12, com a participação de 20 produtores. Será no Village Mall, na Barra da Tijuca.

 

Gambero Rosso

Já a equipe do Gambero Rosso realizou esta semana em São Paulo seu Top Italian Road Show, com a participação de 42 vinícolas integrantes da lista mencionada na última edição do guia. A empresa, fundada em 1986, é uma das mais importantes do setor enogastronômico da Itália. Edita guias de restaurantes, de bares e de vinhos. No caso dos tintos e brancos, os melhores rótulos são premiados com “bichieri”, ou taças (uma, duas ou três), ficando no ponto mais alto os cerca de 430 agraciados com os desejados Tre Bicchieri.

Na master class destinada à imprensa especializada e formadores de opinião, Marco Sabellico, um dos coordenadores da publicação, informou que o guia está em sua 32ª edição. Uma equipe de 70 pessoas, dividida em vários grupos, avalia por ano cerca de 45 mil vinhos de todas as regiões italianas, dos quais perto de 22 mil aparecem nas quase mil páginas do Gambero Rosso.

Sabellico comandou prova de 19 rótulos especiais. Muitos outros rótulos puderam ser conhecidos no espaço destinado às vinícolas. Dentre eles, vamos destacar três vinhos. Um tinto produzido com Sangiovese, bom para comida, e dois representantes de vinhos que nos últimos anos caíram no gosto dos brasileiros – um espumante Prosecco e um tinto feito com a uva Primitivo.

 

Villa Sandi Prosecco di Valdobbiadine Superiore Extra Dry

Villa Sandi – Vêneto – Itália – Barrinhas – Nota 90

A produção de Proseccos na Itália é gigantesca: 500 milhões de garrafas por ano. São elaborados com a uva Glera (antes chamada Prosecco). Nesse bolo há de tudo, espumantes ruins, uma grande maioria de vinhos corretos e uma parcela de bons exemplares. O Prosecco Extra Dry da Villa Sandi faz parte desse último grupo. Perfumado, floral, traz ao nariz notas de mel, de pêssego e melão. Na boca é delicado, mas com estrutura, oferece muito boa acidez e cremosidade. Sendo Extra Dry, tem um pouco mais de açúcar que um Brut e a sensação de doçura o torna fácil de beber (11%).

 

Tenute Rubino Primitivo 2016

Tenute Rubino – Puglia – Itália – Zahil – R$ 99 – Nota 89

Muita gente gosta dos tintos de Primitivo, porque não são encorpados, mostram fruta madura e têm sensação de doçura. O vinho da Rubino apresenta algo desse perfil, mas tudo compensado pela boa acidez e frescor. É frutado, lembrando groselha e mentol. Na boca é macio e redondo, fácil de beber (14%).

 

Le Pupille Morellino di Scansano 2016

Le Pupille – Toscana – Itália – Vinci – R$ 154 – Nota 90

A Maremma, na parte costeira da Toscana, é uma região que ganhou muito destaque nos últimos anos. Além de grandes vinhos produzidos na zona de Bolgheri, oferece tintos frutados e frescos na área da comuna de Scansano, como este belo exemplar apresentado pela vinícola Le Pupille. Seu Morellino di Scansano é elaborado com predominância de Sangiovese, temperada por Alicante e Malvasia Nera, de vinhas com mais de 40 anos de idade. Inicialmente discreto ao nariz, mostra depois notas de morango e cereja. Tem boa estrutura, é macio e equilibrado, com acidez firme, gostosa, que vai muito bem com comida (13%).


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