Monte do Álamo, vinhos alentejanos com personalidade e fáceis de beber

Monte do Álamo, vinhos alentejanos com personalidade e fáceis de beber

Os vinhedos, parte da propriedade de 1.000 hectares

Para reforçar seu catálogo com vinhos do Alentejo, a importadora paulista Vinci está oferecendo os tintos e brancos da vinícola Monte do Álamo, da família Noronha Mendes de Almeida, produzidos nesta região do Sudeste de Portugal exclusivamente com castas típicas locais.

São rótulos bem feitos, com personalidade e boa presença, fáceis de beber. Foram apresentados dias atrás em São Paulo por Miguel Mendes de Almeida, um dos gestores da empresa, e pelo enólogo Filipe Sevinate Pinto.

Para escolher um produtor, entre tantos, a equipe de Ciro Lilla recorreu a parceiros portugueses. “O Diogo Camplilho, da Quinta da Lagoalva de Cima, nos falou muito bem da Monte do Álamo”, diz Raquel Picolo Salvador, diretora da Vinci. Pelo visto, foi uma indicação acertada.

Apesar de já ganhar espaço no mercado português e internacional, para os padrões europeus a Monte do Álamo é uma vinícola relativamente recente. Situada em S. Miguel de Machede, numa das belas planícies entre Évora e Evora Monte, a herdade possui 1.000 hectares de terras em atividade agrícola, mas a produção de vinhos começou apenas em 2001.

A produção de vinhos, desde 2001

Miguel Mendes de Almeida, da quarta geração da família, conta que depois da Revolução de 1974, que derrubou a ditadura de Salazar, a propriedade foi expropriada pelo novo governo e ocupada por agricultores. Muita coisa que havia antes foi perdida. “Quando conseguimos recuperar a herdade anos depois, em 1983, estava tudo abandonado”, diz ele. “Foi preciso recomeçar do zero”.

Ao iniciar a nova fase, a família decidiu investir também na produção de vinhos. Os vinhedos foram replantados em 2001, somente com castas alentejanas típicas, e o primeiro rótulo, o ETC Tinto, lançado em 2006. Na época, a vinícola contava com a assessoria do experiente enólogo Paulo Laureano.

Desde 2009, a parte técnica está sob a responsabilidade do jovem enólogo Filipe, filho do ex-ministro da Agricultura de Portugal Armando Sevinate Pinto. Formado pelo Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa, Filipe presta serviços igualmente para outras empresas alentejanas, como Unicer Vinhos e Herdade do Monte Novo e Figueirinha.

 

Os vinhos

Atualmente, Monte do Álamo tem quatro linhas de vinhos. Na base, está a série de brancos e tintos Plateia. Em seguida, os rótulos ETC. Na gama intermediária há Monte da Guiça. No topo, Vinha da Guiça Reserva e, por fim, o tinto Mendes de Almeida Grande Escolha. Avaliamos alguns deles abaixo, para mostrar o potencial e o estilo dos vinhos da casa. Vão bem com os pratos usuais nestes dias frios.

A propósito, o Monte que dá nome à vinícola não se refere a uma colina e sim a uma particularidade alentejana. Nessa região portuguesa de grandes planícies, “monte” é o nome local para a sede de uma propriedade agrícola, que compreende a residência do dono da exploração, as dependências de serviço e muitas vezes, ao redor, as casas de seus empregados.

 

Plateia Tinto 2015

Monte do Álamo – Alentejo – Portugal – Vinci – R$ 64,80 – Nota 89

Tinto frutado e fresco, fácil de beber, produzido com 60% Aragonês, 35% Tinta Caiada e 5% Trincadeira, sem passagem por madeira. Nos aromas traz cereja e ameixa, notas florais e algo vegetal. Na boca é macio, com boa acidez. Muito bom para o dia a dia (13,5%).

 

ETC Tinto 2015

Monte do Álamo – Alentejo – Portugal – Vinci – R$ 92,30 – Nota 90

Tinto com boa estrutura, lote de 50% Aragonês, 30% Alfrocheiro, 10% Trincadeira e 10% Tinta Caiada, com estágio de 6 meses em barricas de carvalho usadas. Lembra amora, azeitona, algo floral, leve tostado. Taninos firmes, maduros, mostra fruta e boa acidez e profundidade (14%).

 

Monte da Guiça Tinto 2015

Monte do Álamo – Alentejo – Portugal – Vinci – R$ 139,30 – Nota 91

Tinto redondo, macio, com mais complexidade, proveniente de 60% Alfrocheiro e 40% Tinta Caiada, com estágio de 6 meses no carvalho. No nariz há notas florais, de chocolate, alcaçuz, em base de fruta vermelha, como cereja. No paladar apresenta bom corpo, taninos maduros, acidez agradável e frescor final. Um conjunto equilibrado e agradável. O Guiça que aparece no rótulo é o apelido de família de Maria da Graça de Noronha Mendes de Almeida, mãe dos atuais gestores (13,5%).

 

Vinha da Guiça Reserva Tinto 2014

Monte do Álamo – Alentejo – Portugal – Vinci – R$ 216,80 – Nota 92

Um tinto de categoria superior, estruturado, com bom equilíbrio, fruto de 70% Alicante Bouschet e 30% Alfrocheiro, com uma seleção das melhores uvas. Amadurece por 12 meses em barricas novas de carvalho. Mais complexo de aromas, lembra figo seco, amora, além de notas balsâmicas e algo terroso, de trufa negra. Encorpado, tem taninos firmes, maduros, sustentados por boa fruta e acidez. Precisa de tempo e mostra que vai longe (14%).


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