Os coringas rosés, boa opção para os pratos tradicionais da ceia de Natal
Os pratos habituais na ceia de Natal do brasileiro remetem à tradição europeia. São servidos peru, Chester, pernil de porco, leitão, tender, também preparado com carne de porco defumada, quiches, tortas, arroz com amêndoa ou passas e assim vai. Às vezes, para acompanhar, a brasileiríssima farofa. São comidas relativamente leves, embora com pesos, texturas e sabores diferentes.
Qual vinho combina melhor? Poderiam ser escolhidos brancos frescos ou maduros, tintos leves, espumantes. Mas uma ótima pedida são os rosés, muitos versáteis à mesa, que casam perfeitamente com carnes brancas e porco. Além disso, esse verdadeiro coringa vai bem nos dias quentes do verão, pois é servido refrescado.
Muita gente ainda resiste, acha que rosé não tem qualidade ou não está à altura de brancos e tintos. Puro preconceito ou talvez resquício da lembrança de rosados adocicados e sem classe que frequentaram nosso mercado no passado. Atualmente, são encontrados aqui vinhos secos de nível superior, que fazem sucesso em todo o mundo e foram moda nos últimos verões europeus. Fizeram a fama da Provence francesa e hoje são oferecidos por todos os países produtores.
Os rosés são elaborados quase como os tintos. A diferença é que as cascas, que dão a coloração ao vinho, permanecem pouco tempo em contato com o mosto, apenas o suficiente para tingir a bebida e alcançar a estrutura desejada. Há vários estilos. Alguns têm mais corpo, outros elegância e há os que querem apenas ser alegres, ligeiros. Os melhores são secos e, principalmente, mostram boa acidez. Devem ser tomados jovens, depois de resfriados, entre 9° e 11° C.
Diante da grande oferta de rosados encontrados no mercado, Brasil Vinhos dá algumas sugestões de rosés provados recentemente, que envolvem diferentes estilos e faixas de preço.
L.A. Jovem Rosé 2018
Luiz Argenta – Flores da Cunha, RS – Brasil – R$ 63 – Nota 90
Apresentado em uma garrafa de design moderno, surpreende pela qualidade. Produzido com Pinot Noir e Syrah, mostra ao nariz notas florais, em base frutada a morango. A acidez é agradável, tem boa estrutura e equilíbrio. Seco, versátil, um rosé gostoso e bem feito (12%).
Aurora Merlot Reserva Rosé 2018
Vinícola Aurora – Bento Gonçalves, RS – Brasil – R$ 40 – Nota 88
Acobreado, fácil de beber, recorda nos aromas framboesa, morango e algo de frutas tropicais. Jovem, com boa acidez, vai bem como aperitivo e para acompanhar pratos leves (13%).
Crasto Rosé 2017
Quinta do Crasto – Douro – Portugal – Qualimpor – R$ 135 – Nota 90
De coloração salmão, parte basicamente de Touriga Nacional (85%), com tempero de Tinta Roriz, duas uvas clássicas do Douro. Permaneceu em contato com as cascas por 8 horas e depois foi suavemente prensado. Traz ao nariz cereja e algo de groselha. É um vinho estruturado, com muita fruta, acidez gostosa e grande frescor final (12,5 %).
Mathilda Grenache Rosé 2016
Domaine Tournon/M. Chapoutier – Victoria – Austrália – Mistral – R$ 115,45 – Nota 90
Referência no Rhône francês, a família Chapoutier iniciou em 1997 novo projeto na Austrália, apostando que lá se desenvolveriam muito bem as uvas típicas de sua terra natal, como Syrah e Grenache. Foi uma decisão acertada, como se vê neste rosé, elaborado no estilo dos vinhos da Provence. Com aromas de morango, romã e algo mineral, mostra boa acidez e frescor. A cor salmão claro, quase casca de cebola, pode dar a impressão de um vinho leve, diluído. Ao contrário, é bem estruturado, seco, equilibrado, macio e com boa presença na boca (12,5%).
Boya Rosé 2016
Viña Garcés – Vale de Leyda – Chile – Mistral – R$ 117,62 – Nota 90
De bela cor salmão, produzido com 93% Pinot Noir e 7% Grenache de vinhedos localizados junto à costa chilena banhada pelas águas frias do Pacífico, este rosé da família Garcés Silva lembra nos aromas fruta vermelha, como morango. É delicado, mas com muita estrutura, no estilo Provence. A acidez perfeita acentua o frescor final (12,5%).
Château Lafoux Rosé 2016
Châteaux Lafoux – Provence – França – World Wine/La Pastina- R$ 128 – Nota 90
Salmão leve na cor, fruto de 70% Grenache e 30% Cinsault, leve, fresco, bem balanceado. Traz nos aromas frutas vermelhas, como morango, algo cítrico e notas florais. Com a tipicidade dos rosés da Provence, parece um vinho leve, pela coloração, mas tem boa estrutura, acidez no ponto, é seco, versátil à mesa, tem tudo para agradar (13%).
Dona Maria Rosé 2017
Dona Maria/Júlio Bastos – Alentejo – Portugal – PPS – R$ 150 – Nota 90
Muito bom rosé, de coloração clara, casca de cebola, corte de 60% Aragonês e 40% Touriga Nacional, mostra nos aromas fruta vermelha fresca, a morango e cereja. A cor faz pensar em vinho leve, mas tem peso na boca e vocação para acompanhar comida, pela muito boa acidez e equilíbrio (12,5%).
Fournier Sancerre Rosé Les Belles Vignes 2017
Fournier Père et Fils – Vale do Loire – França – Premium – R$ 368,40 – Nota 92
Rosé de grande categoria, com linda cor salmão, produzido com Pinot Noir, apresenta ao nariz notas de cereja e morango, muito limpas, com algo de pão. Em corpo médio, é bastante estruturado, sempre com equilíbrio e grande frescor. Seco, versátil, é um vinho encantador (13%).
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